Serrando A Grade

Medulla - 2005
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caminhando entre veredas de corpos eu me aperto, eu me sufoco um cheiro de carne me cerca dentro de um matadoro chamado cela encarcerado, trancafiado, febre indignação me trancaram no inferno que era pra ser meu lar de recuperação um molho de chaves me deixa de molho entre as grades esqueceram de mim me deixam de molho, me deixam no balde, me deixam o fio da meada juventude transviada e pouco a pouco o ódio vem tomando conta de mim aqui estou eu dentro da minha gaiola como um coelho dentro da cartola sem mágico pra me salvar o medo e a raiva a vingança engatilhada a fome de rebelião ninguém vem me tirar algemas apertadas pescoços na navalha na beira do precipicio ninguém vem me tirar respiração sufocada a tarja na cara a voz alterada ninguém vem me tirar mas na manga resta uma carta é falta na área o jogo vai virar cavando um túnel com colher serrando a grade com lixa de unha mas não adianta, fui eu que tranquei a grade e quebrei a chave na fechadura