O Juiz e o Jardineiro (Processo Trabalhista)

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Excelentíssimo senhor juiz, sou simples jardineiro na casa de uma viúva Ela é bonita, rica e formidável, tem um cheiro agradável como muda de jasmim Cuido do seu jardim, e ganho meu salário Tratando do orquidário como trato mesmo à mim Peço por isso não obstante, ouve esse reclamante no que eu quero lhe falar Essa mulher tá me deixando louco, só de vê-la terça e quinta eu acho muito pouco Coloque aí que eu acho um desperdício Quero um vínculo empregatício pra poder ir todo dia E quero trabalhar de Sol a Sol, vou plantar um girassol pra lhe fazer companhia Minha outra queixa seu meritíssimo, é que tem sido corridíssimo fazer o meu serviço Essa jornada de oito horas acho insuficiente, foi então pensando nisso Coloque aí que eu quero hora extra, pois abro mão de qualquer hora do meu dia E eu que às oito da matina já entrava Por mim mesmo lá morava, por mim mesmo lá dormia E no jardim, data maxima venia, vou plantar uma gardênia pra lhe fazer companhia E por fim, vossa jurisprudência, eu lhe peço por carência que analise o meu processo O meu trabalho é caso de insalubridade Ver aquela majestade de cujos não tenho acesso Mas cumprirei, dura lex sed lex, justiça seja feita ainda que tardia E no quintal da minha musa caprichosa, vou lhe plantar uma rosa pra lhe fazer companhia